O projeto Metarreciclagem, da Prefeitura, captou 72 toneladas de resíduos no ano passado (Crédito: VINÍCIUS CAMARGO)
Sorocaba
Eletrônicos
exigem descarte adequado
Reciclagem
de celulares e computadores preserva o meio ambiente e promove
inclusão digital
24
de Janeiro de 2024 às 23:01
VINICIUS
CAMARGO
vinicius.camargo@jornalcruzeiro.com.br
Celulares,
computadores, impressoras, tablets, televisões e outros equipamentos
eletrônicos que são descartados pelas pessoas e iriam para o lixo
ganham um novo destino graças a duas iniciativas de Sorocaba. O
projeto Metarreciclagem, da Prefeitura, e o Centro de Inovação e
Tecnologia para a Sustentabilidade Sinctronics, ligado à Flex,
reciclam resíduos eletrônicos de diversos tipos. Com esse trabalho,
os programas prolongam a vida útil e ajudam a evitar o descarte
irregular dos materiais. Assim, auxiliam na preservação do
ambiente, já que contribuem para evitar a poluição.
Criado
em 2009, o Metarreciclagem aceita tanto peças quanto
eletrodomésticos, equipamentos eletrônicos e brinquedos inteiros.
Somente em 2023 houve a captação de 72,7 toneladas de resíduos,
segundo a coordenadora do projeto, Nadia da Costa Teixeira. Ela
informa que eletrodomésticos e brinquedos vão diretamente para duas
cooperativas de reciclagem. Ambas dão a devida destinação aos
itens.
Já
os eletrônicos são triados e encaminhados para diferentes
finalidades. A maioria daqueles em bom estado passa por reparos e,
depois, compõe kits de computadores que são doados ao Fundo Social
de Solidariedade (FSS). A entidade os repassa para entidades
assistenciais do município. De acordo com Nadia, no ano passado, 130
conjuntos foram montados. Além disso, alguns dos computadores
consertados ficam à disposição dos munícipes na sede do programa.
Eles podem ser usados por uma hora diária, para elaboração de
currículos, trabalhos escolares e universitários, pesquisas, dentre
outras atividades.
Os
aparelhos que não podem ser consertados tornam-se material de estudo
nos cursos da área de informática oferecidos pelo projeto, em
parceria com a Universidade do Trabalhador (Uniten). Eles são
utilizados, principalmente, nas aulas de montagem e manutenção de
computadores. “Os cursos são ministrados na prática. Então, o
aluno pega o computador e pode fazer a manutenção de verdade, não
só na teoria”, explica Nadia.
Ainda
conforme ela, por meio dessas frentes de atuação, a iniciativa
promove a inclusão digital de pessoas sem acesso à tecnologia, bem
como colabora para a formação educacional e a capacitação
profissional. Mais do que isso, juntas, as ações resultam em um
objetivo principal -- combater a poluição do meio ambiente pelo
descarte irregular de resíduos.
Segundo
Nadia, quando jogados em aterros sanitários, por exemplo, esses
materiais contaminam a água, o ar e o solo. Por isso, ao desfazer-se
adequadamente desses objetos, a população colabora para a
preservação da fauna e da flora. “Uma placa de computador leva,
em média, 450 anos para se decompor no meio ambiente”, explica
Nadia, acrescentando que existem itens dentro das placas que não se
dissolvem, como ouro, prata, estanho.
Sinctronics
Com
o mesmo propósito, o Sinctronics realiza, desde 2012, logística
reversa (recuperação de materiais recicláveis para
reaproveitamento na cadeia produtiva) e reciclagem, além de atuar
com economia circular (modelo de produção sustentável). Os
serviços são oferecidos para outras empresas. Com capacidade para
reciclar 250 toneladas por mês, o centro trabalha com materiais
reutilizáveis comuns e eletrônicos.
A
fábrica obtém os artigos a partir de campanhas em escolas,
cooperativas, encaminhamento por empresas, parcerias com condomínios
e resíduos da Flex. De acordo com Milton Froiman, gerente de
negócios e operações, o Sinctronics efetua desde a coleta do
resíduos, triagem, desmontagem até a destinação correta dos
resíduos. Ele diz que o foco do trabalho é extrair as
matérias-primas dos itens e disponibilizá-las para empresas as
utilizarem na fabricação de novos produtos.
Os
insumos são repassados em seu estado natural ou transformados em
outros elementos. Aço, alumínio, cobre, ferro, ouro e paladium, por
exemplo, voltam para a cadeia produtiva. O plástico é reciclado.
“Dando a destinação correta e fazendo o processo de
reaproveitamento, evita-se a extração de recursos naturais
novamente”, apontou Froiman. Nesse sentido, conforme ele, essas
ações ainda geram empregos, bem como motivam a adoção de
processos produtivos mais eficientes e sustentáveis. “É uma nova
indústria”, destacou.
Froiman
conta que, atualmente, o centro também estuda a tendência de
reaproveitamento de componentes, para aumentar a sustentabilidade na
indústria. “É uma área de pesquisa para ver se componentes
eletrônicos têm uma vida útil adicional”, explicou. “Então,
estende-se a vida útil do componente e evita-se que sejam fabricados
novos”.
Sorocaba
mantém diversos pontos para entrega do material
Os
moradores de Sorocaba podem descartar resíduos eletrônicos na sede
do Metarreciclagem (avenida Armando Sales de Oliveira, 762, no
Trujillo) de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. Também é
possível solicitar a retirada dos materiais. Outras informações
podem ser obtidas pelo telefone (15) 3417-3825, e-mail meta-recicla
@gmail.com e blog metarreciclagem.blogspot.com.
É
possível, ainda, destinar itens na caixa coletora da Secretaria de
Meio Ambiente, Parques e Jardins (Sema), na rua Santa Maria, 197, na
Vila Hortência. O horário de atendimento é de segunda a
sexta-feira, das 8h às 17h. No coletor, a população pode descartar
produtos com dimensões máximas de 30 centímetros de altura e 60 cm
de largura. São eles: pilhas, notebooks, impressoras, celular,
tablets, monitores, scanners, eletroportáteis em geral, fones de
ouvido, suprimentos de impressão, além de partes e peças de
equipamentos eletroeletrônicos. Lâmpadas fluorescentes não podem
ser colocadas no recipiente.
Sorocaba
também conta com quatro Ecopontos, localizados na Vila Helena,
Cajuru, Júlio de Mesquita Filho e Vila Isabel. Neles, as pessoas
podem depositar, gratuitamente, até um metro cúbico de entulho de
obras, madeiras de construção civil, móveis velhos, recicláveis,
resíduos eletrônicos e eletrodomésticos. Isso equivale a
aproximadamente cinco carrinhos de mão. As unidades operam de
segunda a sexta-feira, das 7h às 17h, e aos sábados, das 7h às
12h, exceto feriados.
Além
disso, a Cooperativa de Reciclagem de Sorocaba (Coreso) e a
Cooperativa de Trabalho e Social de Egressos, Familiares de Egressos
e de Reeducandos de Sorocaba e Região (Coopereso) efetuam serviço
de coleta porta a porta, triagem e comercialização dos materiais. O
munícipe pode, igualmente, levá-los pessoalmente às cooperativas.
A Coreso (rua José Henrique Dias, 215, Parque Vitória Régia) abre
de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. A Coopereso (rua Ourinhos,
241, Jardim Leocádia) opera de segunda a sexta, das 8h às
17h. (Vinicius
Camargo)
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